A lesão de Ferreirinha durante o clássico entre Palmeiras e São Paulo reacende uma polêmica constante entre os tricolores: o impacto do gramado sintético do Allianz Parque na integridade física dos jogadores. Será que o gramado realmente aumenta o risco de contusões?
Lesão de Ferreirinha reacende debate sobre gramado sintético do Allianz Parque e preocupa o São Paulo
A lesão do atacante Ferreirinha logo nos primeiros minutos do Choque-Rei, em que o Palmeiras venceu o São Paulo por 2 a 1, trouxe novamente à tona uma questão que há tempos incomoda a torcida do Tricolor: o gramado sintético do Allianz Parque. O incidente ocorreu durante o clássico válido pelo Brasileirão 2024 e gerou grande preocupação entre os torcedores e membros da comissão técnica, que questionam a influência desse tipo de piso nas frequentes lesões dos atletas.
Ferreirinha, que precisou ser substituído ainda no primeiro tempo, levantou suspeitas sobre o tipo de lesão que sofreu. Inicialmente, temia-se um problema no joelho, mas a “TV Globo” informou que a contusão pode estar relacionada à posterior da coxa. A confirmação da gravidade da lesão ainda não foi divulgada, mas o histórico do estádio em causar lesões nos jogadores do São Paulo deixa a torcida apreensiva.
O histórico de lesões no Allianz Parque
O Allianz Parque, conhecido pelo seu gramado sintético, já foi palco de várias contusões graves envolvendo jogadores do São Paulo. Desde que o estádio adotou o piso sintético, pelo menos seis atletas do Tricolor sofreram lesões de diferentes naturezas, como lesões ligamentares e musculares. Entre os jogadores afetados estão nomes como Nahuel Ferraresi, Rafinha, Giuliano Galoppo, Welington, Lucas Moura e, mais recentemente, Ferreirinha.
A situação é tão preocupante que a comissão técnica do São Paulo começou a considerar o tipo de gramado ao planejar a escalação para os jogos no Allianz Parque. Maxi Cuberas, auxiliar de Zubeldia, comentou após a partida que o gramado não pode ser ignorado na preparação da equipe, especialmente em partidas que ocorrem em sequência, como foi o caso do clássico, que aconteceu menos de 72 horas após um jogo intenso contra o Nacional do Uruguai.
A opinião dos jogadores sobre o gramado sintético
Entre os jogadores, as opiniões sobre o gramado sintético são divididas, mas muitos preferem evitar criticar abertamente a qualidade do campo. Lucas Moura, por exemplo, optou por não entrar em detalhes sobre o assunto, embora tenha deixado claro que é contra a realização de jogos em gramados artificiais. “Sou totalmente contra (jogar no gramado sintético). Eu adoraria falar sobre esse assunto um dia, mas hoje não é o momento. Enfim, espero que o Ferreira se recupere bem”, declarou Lucas na zona mista após o jogo.
Essas declarações indicam que, embora exista uma preocupação genuína com o impacto do gramado sintético na saúde dos jogadores, ainda há um certo receio em questionar abertamente as condições do Allianz Parque.
A certificação do gramado sintético e a controvérsia
É importante lembrar que o gramado do Allianz Parque passa por rigorosos testes de qualidade anualmente e já recebeu cinco certificações da FIFA, uma entidade que regulamenta o uso de gramados sintéticos em estádios de futebol. Esses testes têm como objetivo garantir que o piso seja seguro e adequado para a prática do esporte, mas, mesmo assim, as lesões continuam a acontecer.
A controvérsia em torno do gramado sintético não é exclusiva ao Brasil. Internacionalmente, o debate sobre os riscos e benefícios desse tipo de piso também é acalorado. Enquanto alguns estudos sugerem que não há aumento significativo no risco de lesões, outros alertam para a necessidade de manutenção adequada para evitar problemas como os que têm ocorrido no Allianz Parque.
Um olhar mais técnico sobre o impacto do gramado sintético
Especialistas consultados pela reportagem do Lance! no ano passado afirmaram que não há evidências conclusivas de que o gramado sintético aumente o risco de lesões. Contudo, ressaltaram que a manutenção inadequada do campo pode sim contribuir para o surgimento de contusões. A questão, portanto, pode não estar apenas no tipo de piso, mas também na forma como ele é mantido e utilizado.
O uso de gramados sintéticos é cada vez mais comum em estádios ao redor do mundo, principalmente em locais onde a grama natural tem dificuldade de se manter em boas condições devido ao clima ou à intensidade de uso do campo. No entanto, a adoção desse tipo de piso exige cuidados específicos, que incluem a regularidade na manutenção e a adaptação dos jogadores ao novo tipo de terreno.
Relembre as lesões de jogadores do São Paulo no Allianz Parque desde 2023
- Nahuel Ferraresi: rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho direito – Palmeiras 0x0 São Paulo, Paulistão 2023
- Rafinha: entorse no tornozelo esquerdo – Palmeiras 0x0 São Paulo, Paulistão 2023
- Giuliano Galoppo: rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo – São Paulo 0x0 Água Santa, Paulistão 2023
- Welington: lesão ligamentar no tornozelo esquerdo – São Paulo 0x0 Água Santa, Paulistão 2023
- Lucas Moura: estiramento na coxa esquerda – Palmeiras 5×0 São Paulo, Brasileirão 2023
- Ferreirinha: lesão a confirmar – Palmeiras 2×1 São Paulo, Brasileirão 2024
Opinião do Autor
O debate sobre o uso de gramado sintético no futebol brasileiro, especialmente no Allianz Parque, é uma questão que precisa ser tratada com seriedade pelas autoridades esportivas. A recorrência de lesões em jogadores do São Paulo nesse estádio é alarmante e levanta dúvidas sobre a segurança oferecida por esse tipo de piso. Mesmo com as certificações da FIFA, a sensação é de que há algo errado quando tantos atletas sofrem contusões graves. O São Paulo deve, sim, se preocupar com a saúde de seus jogadores e continuar pressionando para que condições ideais sejam garantidas em todos os campos. O futebol precisa ser um esporte seguro, independente do local onde é jogado.